quinta-feira, 27 de agosto de 2009

O ESCAFANDRO E A BORBOLETA






O escafandro e a borboleta têm uma beleza poética inimaginável, é um filme para se rever o dia-a-dia. Normalmente quando alguém da família ou conhecido falece, percebemos que devemos mudar algumas partes de nossa rotina, nos damos conta de que quando se menos espera, morre. A adaptação do livro foi muito bem expressada!

Um célebre editor da revista francesa elle é o protagonista desta história, interpretado pelo ator Mathieu Amalric e dirigido por Julian Schnabel.

O escafandro - aquele capacete de mergulho antigo, pesado - representa o corpo de Jean-do, corpo que perdeu todas suas funções após um derrame. Somente o piscar é a maneira de conversação para com os médicos e parentes.
A borboleta representa a imaginação, sua capacidade de interagir com seu passado e seu presente – que se restringe às dependências do hospital, aos médicos e às visitas que aparecem.

Após um epifania e grande determinação, Jean-do decide parar de ter auto-piedade, e demonstra que quer muito escrever um livro.
Com uma ótima trilha sonora, e imagens de grande sensação, é possível se sentir dentro da cabeça de Jean, há um grande envolvimento com suas reminiscências. Mas, o principal efeito, e em minha opinião o mais nostálgico, é como foi posicionada a câmera, a forma da gravação foi esplêndida!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Os enjaulados - Behaviorismo




No mesmo ritmo de filmes sobre escolas, vai esse: ENJAULADOS!

Enjaulados (Detention/Learning curve, 1998 – direção ) trata da história de um professor substituto, que fora designado para dar aula para uma turma que teoricamente não havia conserto. Após tanta humilhação da parte dos alunos para com Walmsley (interpretado por John Davis), o professor decide adotar táticas de contra ataque. Com um plano de seqüestro dos piores alunos, ele arma uma situação em que parecesse com que eles fossem ser premiados, os dopa e aí começa a trama do filme. Usando de psicologia behaviorista e um requinte de crueldade, ele os reeduca de maneira condicionada.

A psicologia behaviorista:

Os primeiros a estudarem o comportamento foram os russos Vladimir Bechterev, estudioso na área de neurologia e psicofisiologia, e Ivan Pavlov, que foi o primeiro a propor a teoria do condicionamento reflexo e estudar suas experiências em cães.
O objetivo do behaviorismo segundo a linha clássica é prever e controlar todo comportamento de qualquer indivíduo. Qualquer mudança observada em um organismo independente do fator deveria ser analisado e estudado.

O comportamento, segundo a teoria do behaviorismo clássico, era modelado pela idéia de Pavlov – estímulo e resposta – denominado condicionamento clássico.
John B. Watson, um dos principais psicólogos envolvidos no desenvolvimento da teoria behaviorista, afirmava que o meio interfere significativamente no comportamento e atitudes do indivíduo.

Um dos experimentos conduzidos por Watson foi com o Pequeno Albert, em 1920, na para demonstrar funcionamento do condicionamento clássico em seres humanos. Já havia sido estudado em animais, por Pavlov com cachorros, mas não em humanos. No experimento - que foi inclusive filmado - ele implanta uma fobia em um bebê, associando um estímulo inicialmente neutro com animais peludos a um estímulo aversivo, no caso som alto. As junções dos dois estímulos, por varias vezes, fizeram com que o bebê desenvolvesse o medo de animais peludos.

Segue um vídeo bem explicativo sobre e com a experiência com o bebê Albert.
http://www.youtube.com/watch?v=vMVaxktVJz4

domingo, 23 de agosto de 2009

A ONDA [DIE WELLE]

Estreou na sexta feira nos cinemas brasileiros o filme A ONDA, (die welle, Alemanha - 2008). A história se passa nos dias atuais na Alemanha, a qual se resume em um professor que procura demonstrar como seria um regime totalitário, no caso o fascismo. O professor Rainer Wenger (interpretado por Jürgen Vogel), a ordem e a união são impostas pelo professor, e as opiniões e sugestões de como deveria ser este grupo são dadas. Uma das primeiras coisas aceitas pelo grupo de adolescentes é o uniforme – camisa branca e calça jeans - após isso, o comprimento entre os integrantes. A não aceitação das regras do grupo levava às punições.


A criação:


O filme foi baseado no livro “The Wave” 1981, do escritor Morton Rhue, cuja leitura é obrigatória nas escolas da Alemanha. O livro descreve acontecimentos em uma escola numa pequena cidade americana. Uma das traduções do livro trazia como título: "A Onda. Relato de uma experiência de ensino, que foi longe demais".

Morton Rhue se baseou no fato ocorrido em 1967 na escola dos EUA, Cubberley High School, no estado da Califórnia na cidade de Palo Alto. O professor William Ron Jones, montou em sua sala de aula uma simulação de como seria um regime totalitário. Objetivo era demonstrar como os alemães da década de 30 aderiram ao regime nazista de Adolf Hitler. O professor Jones foi um dos consultores da produção filme.

Bases para a construção:


O livro “Massa e Poder” do ensaísta búlgaro Elias Canetti trata sobre a manipulação da massa e a adesão à movimentos políticos, na sua juventude viu o movimento nazista tomar forma e crescer. Filho de judeus, se refugiou na frança e escreveu em 25 anos este livro.

The wave livro de Morton Rhue, de1981. Traduzido posteriormente como “A Onda. Relato de uma experiência de ensino, que foi longe demais". Rhue é americano e tem vários pseudônimos.


PLANO DE AULA
O SÍMBOLO

A CONVENÇÃO

...

FICA A PERGUNTA...

O QUE PODE SER REALMENTE FEITO PARA SE OBTER A UNIÃO SEM CAIR NUM REGIME TOTALITÁRIO OU NUMA OPRESSÃO? ESTAMOS PREPARADOS PARA ISSO?


sábado, 15 de agosto de 2009

CADILLAC RECORDS

MUITA INFORMAÇÃO PRA QUEM AINDA ACHA QUE O REI DO ROCK É ELVIS PRESLEY.
A junção do desejo de vencer de Leonard Chess (interpretado por Adrien Brody, vencedor do Oscar de melhor ator no filme o pianista - 2003) e o talento de Muddy Waters (estrelado por Jeffrey Wright), fizeram com que nascesse na década de 40 a gravadora Chess records, sediada em Chicago. Vivendo em paralelo com a aristocracia do sul que defendia a não integração dos negros nos EUA (reflexo da guerra civil americana), Muddy Waters troca seu violão e o estado do Mississipi pela guitarra elétrica e a cidade de Chicago. Leonard Chess e seu irmão Philip iniciaram os negócios, gravando, procurando novos cantores, músicas que aplacassem no gosto do público. A junção com Litlle Walter, na gaita (interpretado por Columbus Short) faz assim, com que surja e adquira respeito o grupo de blues eletrificado “Chicago Blues”. Não bastando isso, outros talentos foram surgindo, e ganhando uma projeção que não era esperada. Chuck Berry com seus solos de guitarra, Etta James se destacando pelo sentimento expressado em sua voz, Howlin' Wolf, pelo seu jeito de cantar uivando e entre outros cantores, grupos e compositores. Dirigido e roteirizado por Darnell Martin, (também diretora do filme aos olhos de Deus - 2005) no making off, a diretora admite que ao pesquisar e escrever os personagens, já os visualizava, Beyoncé Knowles e Adrien Brody já eram peças chaves no roteiro do filme. Vale a pena conferir a participação da cantora Beyoncé e a trama contada por Cedric Antonio Kyles que interpreta Willie Dixon, escritor de muitas das letras reproduzidas por Muddy.
Segue o link pra quem se interessar e quiser saber como foi o início do blues, o vídeo de Muddy Waters cantando Willie Dixon, a música "Hoochie Coochie Man” http://video.google.com/videoplay?docid=8922572915477935807
e outro vídeo com Howlin' Wolf definindo o BLUES: http://www.youtube.com/watch?v=4Ou-6A3MKow