sábado, 12 de setembro de 2009

IMAGENS E SONS – a nova cultura oral



Milton José de Almeida inicia seu livro em uma ótima abordagem explicando a diferença entre filmes didáticos e filmes comerciais. Como a televisão influencia em nossas opções por filmes e como nós nos tornamos suscetíveis ao desejo da compra. O fato de que a nossa sociedade valoriza muito mais um imagem (que de preferência ela seja animada) do que um texto está explícita cada dia mais em nossa vivência, porém ele discute isso de uma forma didática e bem explicativa.

Compara de forma muito bem colocada a cultura de massa com a o ensino das escolas, demonstrando que estamos presos somente às coisas que nos apresentam, os que se libertam, são os que procuram e se instruem. Paralelo com a caverna de Platão, e seus acorrentados que nunca viram a luz do sol e somente viram as sombras que lhes apresentaram... E quando a pessoa busca a aprimoramento de conhecimento vêm às subjetividades, tudo é subjetivo quando está fora do campo das exatas, do que se pode somar, dividir, quantificar e colocar num papel sabendo que seguindo determinada “lógica” todos chegarão ao mesmo resultado.

Dá parâmetros para análises, e contextos de filmes para comparações e críticas. Noções básicas da história do cinema e como podem ser realizados os efeitos e dramaticidades de determinados filmes.

" Imagens e sons que são simulações do real, que se tornam reais devido a suas identificações com a oralidade da fala, com a simultaneidade dos tempos do espectador e das imagens, naquela continuidade e seqüencialidade sem retorno em que o significado vai se fazendo como na cadeia sonora da fala”. A continuidade deste parágrafo demonstra o porque acontece a persuasão e o poder sobre o espectador, por não ocorrer nenhum diálogo o espectador fica restrito somente à ser um receptor (ESTE TEXTO FOI ESCRITO NA DÉCADA DE 90, OU SEJA NÃO HAVIA INTERATIVIDADE TÃO CRESCENTE ENTRE EMISSOR E RECEPTOR, MAS EM MINHA MODESTA OPINIÃO, AINDA ACHO QUE NÃO ESTAMOS TÃO LONGE DESSE ACOMODAMENTO ENTRE SER UM SIMPLES RECEPTOR, POIS NÃO TEMOS AINDA CONDIÇÕES TECNOLÓGICAS SUFICIENTES PARA NOS COLOCARMOS À PAR DOS ACONTECIMENTOS EXTRA-SOFÁ -assunto para outro post).

Por ser um livro teoricamente considerado já “ultrapassado” podemos ver que muitas coisas permaneceram iguais ou pioraram, por exemplo, a necessidade de crianças terem o visual para se “saciarem” podendo cair na falta de criatividade e não utilização de partes do cérebro...

Grandes diretores e autores são citados e ganham, cada um, um capítulo inteiro para análise e comentários.

ROCCO E SEUS IRMÃOS – de Luchino Visconti, ganha intertextualidade com uma das mais conhecidas histórias do mundo (não, não é os três porquinhos... ) e sim Caim e Abel, filhos de Adão e Eva e a rivalidade entre irmãos.

Faz uma crítica análise sobre Alice no País das Maravilhas e Peter pan, com o objetivo de demonstra o porquê há esta extrema necessidade do ser humano em criar coisas, que sabemos que fogem da realidade e sua precisão nas criações e execuções de projetos extra-reais.

Para finalizar o texto descreve como foi a criação da Commedia dell’Arte e sua adaptação para o cinema!

Livro extremamente interessante para ter como base, para ser um bom crítico.
O escritor, Milton José de Almeida é Mestre e doutor em Lingüística pela USP.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

brilho eterno de uma mente sem lembrança











Dizem alguns estudiosos que quando você se emociona em algum filme, alguma parte do seu subconsciente ou consciente foi atingida e você involuntariamente chora. Estudiosos de cinema afirmam que você deixa de ser uma pessoa racional e move-se somente pelas emoções, explicam que você não consegue se deter à realidade. Talvez seja! Talvez algumas mulheres percam sua racionalidade perto do período pré-menstrual outras possam ser a vida inteira emotivas e um pouco descompensadas, talvez os homens sintam um incrível medo de tudo e deságüem em um choro incessante! Não sei ao certo!
Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original, Brilho eterno de uma mente sem lembrança traz uma diferente problemática que é o querer deletar da mente as coisas em que não quisermos mais. Joel (interpretado por Jim Carrey) e Constantine (Kate Winslet) se conhecem de forma inusitada e engraçada. A impulsividade de um faz com que inicie-se o tratamento de esquecimento. Com grande rebeldia e atitude algumas coisas vão mudando...
Aí você para pra pensar depois de assistir o filme... bem que algumas coisas podiam ser deletadas da nossa mente, sensações ruins, lembranças horríveis, dias demoníacos.. algo que não nos fizesse bem..
Mas de que valeria??? As coisas ruins vão embora.. E somente as boas ficam? Como seria o mundo???
Só sei que nada sei...
Tento sempre levar as lembranças melhores possíveis das pessoas que já conheci.. e as ruins levo elas para aprender algo... nada vai ter nenhuma serventia!!
A música principal do filme é Everybody's got to learn sometime.. segue o link com a música e alguns trechos do filme.

http://www.youtube.com/watch?v=WIVh8Mu1a4Q

Há sempre uma segunda chance de se aprender as coisas mesmo apagando tudo??