


O escafandro e a borboleta têm uma beleza poética inimaginável, é um filme para se rever o dia-a-dia. Normalmente quando alguém da família ou conhecido falece, percebemos que devemos mudar algumas partes de nossa rotina, nos damos conta de que quando se menos espera, morre. A adaptação do livro foi muito bem expressada!
Um célebre editor da revista francesa elle é o protagonista desta história, interpretado pelo ator Mathieu Amalric e dirigido por Julian Schnabel.
O escafandro - aquele capacete de mergulho antigo, pesado - representa o corpo de Jean-do, corpo que perdeu todas suas funções após um derrame. Somente o piscar é a maneira de conversação para com os médicos e parentes.
A borboleta representa a imaginação, sua capacidade de interagir com seu passado e seu presente – que se restringe às dependências do hospital, aos médicos e às visitas que aparecem.
Após um epifania e grande determinação, Jean-do decide parar de ter auto-piedade, e demonstra que quer muito escrever um livro.
Com uma ótima trilha sonora, e imagens de grande sensação, é possível se sentir dentro da cabeça de Jean, há um grande envolvimento com suas reminiscências. Mas, o principal efeito, e em minha opinião o mais nostálgico, é como foi posicionada a câmera, a forma da gravação foi esplêndida!